Antes de começarmos, vamos realçar que o BDSM deve ser consensual em
todos os seus momentos, priorizando o estado físico e mental da pessoa
mesmo em práticas hardcore. Em bases mais baixas, há o risco assumido,
porém este é assumido por todos os envolvidos e ainda assim, há a
preocupação com a vida e sanidade da pessoa.
O foco do BDSM sempre foi o prazer mútuo, sendo assim, dar prazer a todas as partes envolvidas, independente do sexo, gênero, etnia ou credo. No entanto, sempre vimos artigos que misturam ideais BDSM a outras subculturas sexistas, e o resultado é desagradável; Artigos pautados em idade, sexo ou gênero das pessoas, a tratar uma como inferior à outra por natureza.
O preconceito e sexismo têm gerado grandes desfavores ao BDSM no Brasil, pois muitos creem que no BDSM, pode-se propagar ideias que inferiorizam pessoas pelo seu sexo e até mesmo concordar com coisas que chegam a ser "revenge porn", ou seja, jogar vídeos, fotos e tratar a pessoa inadequadamente porque terminou um relacionamento ou simplesmente por puro ódio.
Subculturas e movimentos sexistas tendem a ver apenas um lado de acordo com cor e sexo, por isso raramente se encaixariam no meio BDSM, apesar de muitos tentarem inserir isto.
A forma de sexismo mais conhecida é de inferiorizar a mulher, com artigos sobre a exaltação masculina, utilizando padrões sociais, como os de "lavar, passar e cozinhar", para justificar o lugar da mulher no meio BDSM. Isto é totalmente contraditório, visto que o SM adotou o termo "Domminatrix" desde os anos 60, mostrando que mulheres também podem dominar. Este tipo de visão é um total retrocesso, pois o BDSM nasceu contra padrões sociais e não combina com ideias sexistas.
Há algum tempo atrás, surgiram também supostas "Dommes" utilizando ideais de movimentos sociais, com artigos que falavam sobre a forma como o homem deve ser tratado e pregando também a supremacia feminina. Isto se encaixa na mesma coisa citada acima; Contraditória, pois dentro do meio Sm, nem mulher e nem homem é superior, nem mesmo um(a) TOP é superior a um(a) Bottom fora da interpretação SM.
Agora vamos falar dos assuntos separadamente:
BDSM: No BDSM, todo ato deve ser consensual. Por mais que o fetiche possa parecer preconceituoso, sexista ou nojento, ele deve agradar a todos, portanto não há espaço para práticas egoístas como propagadas em movimentos ou subculturas pautadas no sexo. No BDSM pode haver Raceplay, escravas, escravos, homens que se vestem de mulher, porém nada terá a ver com práticas fora do BDSM, pois vale lembrar que todos os envolvidos devem lograr da prática e podem interrompê-la sempre que tiverem vontade.
Sexismo: No sexismo, não importa-se com o prazer de outrem, apenas no papel natural, sendo assim as práticas são totalmente em inferiorizar a pessoa e não dar prazer a ela de forma consensual. Não respeita-se limites, pois os limites são automaticamente removidos ao pensar que o(a) parceiro(a) é inferior por natureza e o consenso não se é dado para seres inferiores.
Preconceito: O preconceito prejulga a pessoa antes de qualquer ato, tanto que não há respeito, consenso ou qualquer tipo de empatia neste sentimento, o que prova que não, não se encaixa no meio BDSM justamente por aprovar o não consensual.
Para finalizar o assunto, o BDSM agrega fetiches como Raceplay, NaziFetish, humilhação e outros, porém os trata como prazer mútuo, não podendo ser prazer de apenas um, pois caso um não queira, o consenso deixa de existir. Muitos confundem uma coisa com outra e esquecem-se que o BDSM trata de adultos que praticam algo porque gostam e sentem prazer. Nada tem a ver com abuso, racismo ou preconceito.
Muitos artigos comparam o BDSM com a escravidão real, o que é um ledo engano. Aquelas pessoas foram escravizadas, tiveram seus direitos desrespeitados, algo que nunca ocorreria no meio BDSM. Somos totalmente contra a violência e escravidão real. Caso veja um artigo que fale sobre escravas não possuírem direitos, os associando à escravidão real, envie-o para pessoas que conheçam o meio BDSM para que possamos agir e convencer a pessoa a remover o conteúdo e contradize-lo.
Até mesmo na história do BDSM, que foi um termo cunhado por motoqueiros homossexuais podemos ver que ele não se encaixa com tais coisas. Afinal, foi criado por homossexuais que apoiaram a dominação feminina em 1960.
Não confunda o BDSM alheio com um crime e não confunda um crime com BDSM. Averigue, pergunte, leia sobre, adquira conhecimento e depois tome conclusões. O BDSM sempre tratou, trata e tratará de práticas consensuais, focando no prazer mútuo.
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